Cozinheira morta a tiros porque teria se recusado a envenenar policiais sofreu ameaças dias antes do crime, diz família
19/10/2025
(Foto: Reprodução) Ex-Cozinheira da PM é morta em Saboeiro
Antônia Ione Rodrigues da Silva, a cozinheira morta em Saboeiro porque teria se recusado a envenenar policiais, sofreu ameaças de morte dias antes do crime, que ocorreu em sua casa na madrugada deste sábado (18). A informação consta no inquérito policial do caso, ao qual o g1 teve acesso.
Em depoimento à Polícia, o filho da vítima relatou que um adolescente havia ameaçado a mulher após discussão. Ele e outras duas pessoas foram capturadas por suspeita de envolvimento no crime. A vítima, de 45 anos, já havia trabalhado como cozinheira de uma unidade da Polícia Militar e era conhecida pela proximidade com os agentes de segurança.
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Ainda conforme o inquérito, os suspeitos seriam membros do Comando Vermelho e líderes do tráfico de drogas no município. A defesa nega todas as acusações.
As investigações apontam ainda que um possível motivo para a morte da cozinheira é que ela negou o pedido dos criminosos de envenenar a comida dos policiais.
Entenda
O crime aconteceu por volta das 2h. Informações preliminares apontam que quatro homens invadiram a residência de Bira e a assassinaram. Na ocasião, dois filhos da vítima estavam presentes, entre eles uma menina de 12 anos.
Peritos criminais confirmaram o uso de arma de fogo no crime, não descartando a possibilidade do uso também de arma branca.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) confirmou que dois homens, de 20 e 21 anos, foram presos em flagrantes neste sábado (18) pelo homicídio. Um terceiro indivíduo também foi conduzido e prestou esclarecimentos na Delegacia de Iguatu.
Vítima se recusou a envenenar policiais
A cozinheira Antônia Ione Rodrigues foi assassinada a tiros em casa enquanto dormia, em Saboeiro, no Ceará.
Arquivo pessoal
A Polícia continua investigando a motivação do crime, mas familiares da vítima e moradores da região indicaram os três suspeitos detidos como possíveis executores, alegando que eles já haviam tido desentendimentos com Bira. Em depoimento à Polícia, o filho da vítima relatou que, dias antes do crime, o adolescente apreendido havia ameaçado a mulher de morte.
Segundo relatos de agentes da Polícia Militar, a própria cozinheira já havia mencionado anteriormente que os suspeitos tentaram convencê-la a envenenar a comida servida aos policiais. Ela recusou o pedido.
"Eu enveneno a [comida] de vocês, que gosta de vagabundo, mas não a da polícia", teria dito Bira na ocasião.
Suspeitos negam envolvimento no crime
Todos os três detidos negaram envolvimento no crime, assim como qualquer ligação com facções criminosas.
O adolescente apreendido declarou à polícia que, um dia antes do crime, foi convidado pelos dois homens presos para participar do assassinato da cozinheira. Ele afirmou ter considerado a proposta, mas decidiu não se envolver.
Segundo o relato, os suspeitos queriam matar Bira por ela ser amiga da polícia e por frequentemente prestar apoio aos policiais da região. O jovem disse ainda que ouviu que a vítima havia sido “decretada” pelo Comando Vermelho.
Os dois homens presos também confirmaram, durante o interrogatório, que Bira costumava entregar membros da facção à Polícia Militar.
O adolescente contou ainda que já havia tido um desentendimento com a vítima no passado, após ser filmado por ela durante uma vaquejada, sem autorização. Ele relatou que, na ocasião, estava embriagado e foi tirar satisfações com Bira, que afirmou que entregaria o vídeo aos policiais.
A prefeitura de Saboeiro emitiu nota de pesar pela morte de Antonia Ione. "Neste momento de dor nos solidarizamos com seus familiares e amigos, desejando força e conforto para superar essa perda irreparável".
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