Quem é coronel Aginaldo, marido de Carla Zambelli que deixou Secretaria de Segurança de Caucaia
01/07/2025
(Foto: Reprodução) Conhecido por integrar governo Bolsonaro, Aginaldo chegou a concorrer ao cargo de prefeito em Caucaia antes de ser nomeado como secretário de segurança. Carla Zambelli pode ser presa a qualquer momento, diz embaixador brasileiro na Itália
Com cargo na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro e casado com a deputada federal Carla Zambelli, coronel Aginaldo foi exonerado do cargo de secretário municipal de segurança pública de Caucaia, na região metropolitana de Fortaleza. A esposa dele é considerada fugitiva da Justiça brasileira.
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A exoneração do secretário do cargo foi publicada no Diário Oficial do Município nesta segunda-feira (30). Ele ocupava a função desde janeiro de 2025.
No último dia 21 de maio, Aginaldo já havia pedido afastamento do cargo de secretário de segurança pública de Caucaia, alegando “doença em pessoa da família”, conforme o Diário Oficial de Caucaia publicado na data.
O oficial se casou com a política Carla Zambelli em fevereiro de 2020, em um templo maçônico de Brasília. A cerimônia reuniu alguns dos principais ministros do governo Bolsonaro, e o casal teve Sérgio Moro como padrinho.
Trajetória como militar
Coronel Aginaldo tem mais de 30 anos na carreira militar e atuou na coordenação de grandes eventos
Divulgação
Natural da cidade cearense de Alto Santo, Antonio Aginaldo de Oliveira tem 57 anos e atuou por mais de 30 anos na Polícia Militar do Ceará.
Durante a carreira militar, o coronel atuou na coordenação de grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014, as Olimpíadas e Paraolimpíadas de 2016, além de participar de operações de combate ao narcotráfico nas fronteiras com o Paraguai e a Bolívia.
Ele utiliza o título de “caveira”, conferido aos policiais que concluem o curso de Operações Especiais no Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE). No Rio de Janeiro, Aginaldo finalizou em 1995 a formação voltada para atuar em situações de alto risco e complexidade.
O oficial também tem graduação em Educação Física pela Escola de Educação Física do Exército Brasileiro, além de ser bacharel em Segurança Pública pela Academia Edgard Facó, da Polícia Militar do Ceará.
Atuação na gestão de Bolsonaro
Aginaldo de Oliveira fez discurso pedindo fim do motim e elogiando policiais amotinados no Ceará
André Teixeira/SVM
Em 2019, coronel Aginaldo assumiu o comando da Força Nacional durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em março do ano seguinte, Aginaldo elogiou os policiais que participavam de motim no Ceará momentos antes de votarem pelo fim da paralisação, que durava 13 dias. O então comandante da Força Nacional discursou no 18º Batalhão da Polícia Militar, em Fortaleza.
"Vocês são gigantes, vocês são monstros, vocês são corajosos. Demonstraram isso ao longo desses 10, 11, 12 dias que estão aqui dentro desse quartel, em busca de melhoria da classe, e vão conseguir", afirmou Aginaldo à época.
Aginaldo defendeu que os policiais votassem pelo fim do motim, resultado que foi alcançado naquela ocasião.
O comandante havia sido deslocado para atuar no Ceará depois que o então governador Camilo Santana pediu reforços da Força Nacional e do Exército por conta da redução de policiais militares nas ruas.
Coronel Aginaldo foi candidato à prefeitura de Caucaia nas eleições de 2024.
Reprodução
Nas eleições de 2022, o militar concorreu ao cargo de deputado federal pelo Ceará, com filiação ao PL, mesmo partido de Bolsonaro. Ele recebeu 23,2 mil votos e não foi eleito.
Em 2024, Aginaldo se candidatou ao cargo de prefeito de Caucaia e recebeu o apoio público de nomes como o de Bolsonaro, dos deputados federais Nikolas Ferreira, Carla Zambelli e Zé Trovão, do senador Magno Malta e do então candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal.
No primeiro turno, coronel Aginaldo teve apenas 12,24% dos votos válidos, ficando em quarto lugar.
Ele declarou apoio ao candidato Naumi Amorim (PSD), que venceu a disputa no segundo turno. Naumi anunciou, no mês de dezembro, que o militar assumiria a pasta da segurança pública em Caucaia.
Esposa é considerada fugitiva
Coronel Aginaldo e Carla Zambelli
Reprodução/Redes Sociais
Em junho deste ano, a deputada federal foi condenada à prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Ela viajou ao exterior no fim de maio, dias após ter sido condenada. Considerada fugitiva da Justiça, Zambelli decidiu se afastar do mandato. Ela é alvo de um inquérito no STF que investiga a fuga.
A investigação foi aberta pelo ministro Alexandre de Moraes e apura possíveis crimes de coação no curso do processo e de obstrução de investigação. Ela foi condenada à prisão e à perda do mandato, por unanimidade, pela Primeira Turma da Corte.
Zambelli é apontada como responsável por articular invasão e inserção de documentos falsos em sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O nome dela foi incluído na lista de difusão vermelha da Interpol, onde estão os foragidos internacionais.
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