Equipe médica concluiu parto com ajuda de lanternas durante incêndio no Hospital César Cals, em Fortaleza

  • 16/11/2025
Incêndio atinge Hospital Geral Dr. César Cals, em Fortaleza O dia parecia normal para a ginecologista e obstetra Rebeca Rocha, acostumada há dez anos com a rotina do Hospital César Cals, em Fortaleza. A profissional realizava uma cesariana em uma paciente com pré-eclâmpsia. Momentos antes do nascimento do bebê, uma primeira queda de energia atingiu a unidade. A equipe dentro do centro cirúrgico não sabia, mas aquele era o primeiro sinal do incêndio que atingiria o hospital nesta quinta-feira (13). Para Rebeca, que integra a equipe de obstetrícia e é preceptora de cirurgia ginecológica na unidade, as quedas rápidas de energia não eram incomuns. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 Ceará no WhatsApp Conforme contou ao g1, em episódios de interrupção da energia, era normal que as luzes voltassem a ligar assim que o gerador de energia da unidade começasse a funcionar. Por isso, a equipe não achou que algum problema maior estivesse acontecendo. ➡️ O incêndio foi registrado na subestação de energia do hospital. Todos os pacientes precisaram ser removidos para outras unidades municipais e estaduais. No total, foram 117 bebês e 153 mulheres, entre gestantes e puérperas. O fogo foi controlado por volta de 11h30 da quinta-feira (13). Equipe concluiu parto com ajuda de lanternas durante incêndio no Hospital César Cals, em Fortaleza Arquivo Pessoal A cirurgia exigia atenção pelas condições de saúde da mãe do bebê: o caso dela era de alto risco devido à pressão alta. A paciente tinha também uma cicatriz de outra cirurgia cesariana anterior. “Ficamos esperando [a energia voltar], o pessoal ligou as lanternas, e eu fiquei continuando a cirurgia nesse primeiro momento com a lanterna. E aí, voltou a luz. Ficou uns dois minutos ainda com a luz funcionando, foi o tempo de tirar o bebê. A gente tirou o bebê, não deu 15 segundos, caiu a energia de novo. A gente ficou aguardando… e nada”, contou a obstetra ao g1. Ao nascer, o bebê ficou sob os cuidados da equipe de neonatologia. A criança estava bem e foi levada pelos profissionais após a segunda queda de energia, depois que os primeiros procedimentos de assistência foram concluídos. Notícias sobre o incêndio Hospital César Cals pega fogo em Fortaleza TV Verdes Mares/Reprodução Segundo Rebeca, uma enfermeira avisou que a unidade estava pegando fogo. Neste momento, a obstetra pediu calma a todos e focou em finalizar a cirurgia da paciente, que estava consciente, porém anestesiada. A obstetra Natália Arcoverde, que também é plantonista na unidade, assumiu a cirurgia junto com Rebeca para que o processo fosse mais rápido. Rebeca explica que a comunicação entre o centro cirúrgico e os corredores do hospital são separados por duas salas. Desta forma, o local fica bastante isolado do que estava acontecendo lá fora. LEIA TAMBÉM: Incêndio no Hospital César Cals: Comerciantes abandonaram lojas para ajudar pacientes; veja relatos Vídeo: População reza e aplaude após ajudar no resgate de pacientes de hospital que teve incêndio em Fortaleza Vídeo: Bebês em incubadoras são levados para loja de celulares durante incêndio em hospital de Fortaleza No entanto, com a circulação de pessoas entre as salas durante o incêndio, a fumaça começou a invadir o centro cirúrgico. “A fumaça entrou, e a gente sentiu o cheiro. E ouviu os gritos, muita gente falando alto. E a gente viu que realmente era uma coisa séria”, recorda Rebeca. No momento, a missão era não se desesperar e trabalhar para preservar a vida de todos os que estavam no local: a mãe do bebê, duas obstetras, uma enfermeira, uma instrumentadora cirúrgica e dois residentes. Todos ficaram bem. Cerca de 15 minutos depois, a cirurgia foi concluída sem intercorrências. Ao sair do centro cirúrgico, a médica presenciou o caos que havia se instalado no hospital. “Ninguém entendia nada. Era gente correndo, era paciente correndo, era gente chorando, era a equipe tentando organizar o fluxo, e muita fumaça. Muita, muita fumaça”, conta. Transferência de pacientes Pacientes são retirados às pressas durante incêndio no Hospital César Cals, em Fortaleza TV Verdes Mares/Reprodução Rebeca começou a ajudar a organizar a transferência de pacientes que ainda estavam no setor. Em seguida, ela conseguiu encontrar uma ambulância e acompanhou a paciente que havia operado até o Hospital e Maternidade José Martiniano de Alencar (HMJMA), no Centro. O esposo da paciente também estava na ambulância. Outra paciente, que havia passado por uma cesária mais cedo, também foi transferida para a unidade. No outro hospital, elas teriam o suporte necessário para o pós-operatório. Ao retornar ao César Cals, a profissional ficou em comunicação com outros colegas para identificar onde estavam as pacientes do setor que haviam sido tiradas às pressas. Parte delas estavam no shopping popular, enquanto outras estavam na Praça Capistrano de Abreu. As equipes passaram a providenciar ambulâncias para mulheres que entravam em trabalho de parto enquanto estavam fora do hospital. “Todo mundo ajudou de prontidão, sem nenhuma dificuldade. E, graças a Deus, todo mundo saiu bem, e a gente conseguiu fazer tudo com sucesso”, celebra a profissional. Bebês em UTI são levados para loja de celulares durante incêndio em hospital de Fortaleza Ela também considera fundamental a ajuda da população, que ajudou a carregar leitos e incubadoras com bebês. Alguns dos bebês foram levados para lojas que possuíam climatização. A médica explica que, como as pessoas que estavam na assistência à saúde focaram em acompanhar os pacientes, o envolvimento da população ajudou a carregar objetos e a facilitar os deslocamentos para fora do hospital. Sem previsão de retorno Hospital César Cals vai ficar fechado por tempo indeterminado após incêndio. Kid Junior/SVM Neste sábado (15), Rebeca Rocha começou a atender no Hospital Universitário do Ceará, no bairro Itaperi. É nesta unidade que o setor dela vai funcionar até que seja possível retornar ao Hospital César Cals, que está fechado por tempo indeterminado. Ela explica que os serviços ambulatoriais de obstetrícia também devem funcionar no HUC a partir da próxima semana. “É uma sensação de luto, não tem como não sentir. Porque você tá numa instituição onde todo mundo se conhece. Então esse luto em relação à perda da instituição é algo muito forte. É o que dói… Saber que a gente não tem ainda uma perspectiva e uma posição de como vai ser, quando volta, se vai ser rápido”, comenta a profissional. Em nome da equipe e dos colegas de trabalho, ela expressa a torcida para que o Hospital César Cals seja reaberto assim que possível e que volte a funcionar como uma maternidade de excelência e referência para o estado. Assista aos vídeos mais vistos do Ceará:

FONTE: https://g1.globo.com/ce/ceara/noticia/2025/11/16/equipe-medica-concluiu-parto-com-ajuda-de-lanternas-durante-incendio-no-hospital-cesar-cals-em-fortaleza.ghtml


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